sexta-feira, 8 de junho de 2012

Corrupção e Estado


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A tradição udenista volta a prestar serviços à nação. A cada eleição são divulgadas acusações sobre a corrupção de políticos no país. Desde Vagas até hoje, políticos e a mídia  manipulam o eleitorado, ora com promessas de por fim à corrupção, prometendo caçar os infratores, ora com acusações aos adversários políticos da hora para que a punição seja feito pelo voto.

As formas de corrupção variam, desde a formação de quadrilhas nacionais, com ou sem ramificações no exterior, para "comprar votos no Congresso, ganhos com privatização de empresas, com a administração de obras em que qualquer instância do Estado, subornando agentes públicos de todas as esferas do poder. 

No Rio Janeiro a intimidade com a ilegalidade fez tradição, em escala menor mas perene, como na  grana extra para obter habilitação no DETRAN, nos pontos de táxis dos aeroportos e rodoviária, a extorsão aos turistas, a dos guardas de trânsito corruptos, policiais e os ex-policiais no combate ao tráfico e simultaneamente fornecedores de armas e ainda componentes de milícias. Sem esquecer do famoso jogo do bicho e dos bingos e das caixas de jogos eletrônicos. Qualquer carioca conhece as jogadas e os truques para escapar ou colaborar com a bandidagem.

Faça um passeio pela zona oeste e visitem os pés sujos ( na zona sul, procurem os bingos clandestinos). Os donos usam um camiseta suja, o "bar" oferece apenas bebidas e um ovo cozido colorido, às vezes há uma sinuquinha para distrair a galera. Outros botecos são mais jeitosos, com música e aperitivos para acompanhar a cervejinha, televisão para o futebol.  Os donos são mais arrumadinhos.

Mas no andar de cima ou na casa ao lado, há um movimento estranho, intenso. Homens  com o uniforme da PM, nunca se sabe, aparecem às vezes, levam  máquinas eletrônicas, sai no jornal, não prendem ninguém. Se há também droga na jogada, também não se sabe, se alguém fosse preso por quanto tempo ficararia à disposição da justiça?  Há juízes na jogada?  Nesses períodos curtos de entressafra, pés sujos e  botecos  ficam  meio desanimados, e logo o movimento reaparece.

 Pode parecer pouca titica, mas não é. Os donos de camiseta suja, os donos e de alguns empregados dos botecos mais bacaninhas, os PM da banda podre ficaram ricos? Muito ricos? Como? Fazem parte do esquema milionário dos jogos eletrônicos ilegais? Os fiscais fiscalizam ou têm medo dos poderosos chefões por trás do mega negócio?

É bandidagem, não é? Caso de polícia?

Entretanto, ela floresce nas campanhas eleitorais. Candidatos de "ganho" (dinheiro, votos, cargos, empregos, prestígio social ?), especialmente dos pequenos partidos coligados aparecem do nada. Sabem que receberão uns 100 votos. Por que se empenham em distribuir tickets refeição, transporte,  peixes na semana santa, mimos de ocasião, mesmo antes da campanha oficial?  Quem distribui cargos e funções sem concurso nas agências administrativas municipais e estaduais na zona oeste? Quem inventou a terceirização? 

E quem perde as eleições, com ou sem ficha limpa? Não tem problema, nossa democracia tornou-se monárquica. Os políticos agora têm linhagem. Filhos, irmãos, mulheres herdam os cargos, financiados pelos parentes e amigos dos amigos.   

É caso de polícia apenas? Parece o retrato do caos, do terror, mas não é.

Leiam o artigo do IPEA, assinado por Clarisse Furtado, leiam, por favor:
"Subornos, desvios de verbas e fraudes provocam perdas econômicas mundiais de 1 trilhão de dólares por ano. Organizações internacionais procuram meios de detectar, controlar e punir os responsáveis pelo rombo. Aqui e em todo o planeta."

Examinem especialmente as soluções quanto ao inquérito policial ter a iniciativa do MP e não pelas delegacias de polícia. A redução do número de cargos do governo e o controle do financiamento das eleições são apontadas com soluções para controlar esse víncula que desmoraliza a democracia.

Repito, leiam o artigo do IPEA:

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